Algumas vezes nos pegamos refletindo em torno da ideia de que o mundo está efetivamente caótico, desestruturado e sem regras.
Um lançar de olhos nas manchetes, nas páginas da Internet, dos noticiários e, rapidamente, essas conclusões nos chegam.
Parece-nos que os crimes passam da exceção ao corriqueiro, do assombro à normalidade, e ganham cidadania.
Vemos alguns enriquecerem cada vez mais, enquanto tantos, multidões, se afadigam por migalhas a fim de sobreviverem.
Percebemos empresas incansáveis em maximizar seus lucros à custa das precárias condições de trabalho de seus funcionários, que passam a perecer mais e mais.
Desentendimentos familiares que avançam para a violência física. Ou para atentados contra a própria existência de uns e outros.
Todo esse panorama nos traz a impressão de um mundo totalmente em desalinho, decadente e sem melhores perspectivas.
Porém, ao lado desse lodaçal da miséria humana, deixamos de ver aqueles que plantam flores.
Nós nos asfixiamos com a atmosfera pestilenta do mal, olvidando de respirar o perfume refazedor do bem.
Há no mundo, sem dúvida, muito mais pessoas vinculadas ao bem do que ao mal.
Ao lado de cada fatricídio, de brigas familiares horrendas, há uma imensidão de lares onde o exercício do amor se faz cotidianamente.
São mães e pais em sacrifícios silenciosos para educar seus filhos.
São filhos dando suporte à velhice e necessidades de seus pais, amando-os incondicionalmente.
São famílias que se formam pelo coração, extrapolando os laços sanguíneos, forjadas pelo amor.
Coabitando com as injustiças sociais, são muitos a defender os direitos das minorias, protegendo os mais frágeis, batalhando pela cidadania a todos, em nome da igualdade.
Quando tantos exploram seu próximo, maior é o número dos que distribuem do que têm, seja dinheiro ou oferecendo seu tempo, minimizando a fome, o frio, a dor.
Se muitas empresas exigem exaustão de seus funcionários, muitas outras oferecem boas condições, bem-estar e vida digna aos seus colaboradores.
Nosso mundo não está um caos. Apenas está em uma fase de transição.
Por causa disso, encontramos lado a lado o mal e o bem, a justiça e a injustiça, a indiferença e a solidariedade.
Deus assim permite para que cada um de nós, observando, faça a sua escolha, nesses dias tumultuosos.
Estamos sendo convocados pela Providência Divina a caminharmos para nova etapa evolutiva, aquela que será pautada pelo amor.
Mas, para isso é necessário que façamos a nossa opção.
Não nos desesperemos pelo aparente caos. Nada está caótico.
Como uma casa, em dia de faxina, parece toda desorganizada, mas, logo mais, ganha ares melhores, assim acontece com nosso planeta.
Colaboremos, então. Façamos de nosso agir um ato de amor. De nosso cotidiano, ações de solidariedade, e de nossos desafios, experiências de aprendizagem.
Em breve tempo, a casa estará arrumada, e aqueles que colaborarmos, seremos convidados a usufruir desses dias de bonança e alegria.
Reflitamos a respeito.
Redação do Momento Espírita